A Grande Família – Um programa para toda família brasileira

A Grande Família – Um programa para toda família brasileira

 

Disciplina: Mídia e cultura e sociedade

Atividade final: Estudas da recepção

Mediadora: Sheilane Maria de A. C. Rodrigues de Britto

Nome: Édina Moura Vianna             Turma: RJ01

 

A Grande Família – Um programa para toda família brasileira

 

O programa “A grande família” é um seriado semanal escrito por Claudio Paiva e dirigido por Maurício Farias. Baseado na obra de Oduvaldo Viana Filho, Marcos Freire e Armando Costa, é uma reinterpretação contemporânea da série original, exibida entre 1972 e 1975. Os personagens foram atualizados e adaptados à realidade atual, e outros personagens foram incorporados à história, que deixou de focar apenas a família. No ar desde 2001, o programa é exibido às 22h30, toda quinta-feira, na rede Globo de televisão.

Atualmente, o elenco é composto por Marieta Severo, Pedro Cardoso, Guta Stresser, Lúcio Mauro Filho, Katiuscia Canoro, Marcus Augusto, Tonico Pereira, Evandro Mesquita, Luís Miranda e Vinícius Moreno.

Os Silva são uma família de classe-média brasileira, do subúrbio da Zona Norte do Rio de Janeiro. O patriarca, Lineu Silva, um fiscal sanitário politicamente correto e responsável, é casado com Nenê (Irene), uma exemplar dona de casa. O casal tem dois filhos: Bebel (Maria Isabel), casada com o empresário taxista Agostinho Carrara; e o caçula, Tuco (Artur), ator. Bebel e Agostinho têm um filho, Florianinho, menino que puxou a malandragem do pai. Agostinho é dono de uma frota de três táxis que conta com três motoristas, um para cada táxi: Tuco, o ignorante Paulão da Regulagem (Paulo Wilson), sócio e mecânico da empresa e Pajé Murici, um vidente charlatão. A família ainda conta com o amigo Mendonça, mulherengo chefe de repartição de Lineu, que costuma aprontar inúmeras confusões com a família; além de Beiçola (Abelardo), dono de uma pastelaria que eventualmente se veste e age como a falecida mãe, a portuguesa Dona Etelvina.

A Grande família é um programa direcionado a toda família e, nos últimos doze anos, vem agradando a crianças, jovens e adultos praticamente na mesma proporção. Isso ocorre porque os roteiristas têm demonstrado um cuidado em tratar de assuntos universais: o cotidiano familiar, os conflitos de vizinhança, o amor, a ascensão da classe média, tudo sempre de maneira leve e divertida.

O programa de entretenimento mistura diversão e cultura, trazendo também mensagens político ideológicas. Os personagens representam pessoas normais, embora estereotipadas, com as quais nos identificamos ou nas quais identificamos pessoas que conhecemos. O patriarca, Lineu Silva, é um representante da moral, do politicamente correto, o que faz dele um exemplo de justiça e ponderação. No entanto, ao longo da série, em alguns episódios, ele exagera em sua postura e acaba cometendo erros. Ainda assim, incorruptível, é a autoridade reconhecida por todos. Aliás, a corrupção é tema recorrente em vários episódios. Dona Nenê é cheia de bondade e complacência, superprotetora e muito querida. Se Lineu é a razão, Dona Nenê é o coração. Mediadora dos conflitos, a personagem também foi se modificando ao longo das temporadas. Passou a atuar na Associação de Moradores do bairro - tarefa antes exercida por Lineu -, lutou contra a construção de um viaduto no bairro, tornou-se mais forte. O genro Agostinho representa o malandro, que apesar de ter bom coração, está sempre pensando em seus próprios interesses. Sua ética se adapta às suas necessidades. Após criar muitas confusões, finalmente Agostinho consegue alcançar certa prosperidade e sua família alcança status de classe média alta. Bebel, antes batalhadora, se torna uma perua fútil e seu filho, agora na pré-adolescência, começa a demonstrar traços da personalidade de seu pai. Tuco é um eterno adolescente, malandro, acomodado, que apesar de ter mais de 30 anos ainda vive com os pais. D. Nenê, sua mãe, o protege, enquanto seu pai está sempre lhe dando lições morais. O personagem sonhava com a carreira artística e participou de um reallity show, levando para a tela um debate sobre a efemeridade da fama. Na temporada 2012, finalmente, consegue realizar seu sonho e passa a trabalhar mais seriamente como ator. Enfim, todos os personagens representam virtudes e/ou defeitos humanos, pluralidade argumentativa que serve de pano de fundo para as tramas apresentadas e garantem ao programa tanto sucesso.

O programa se destaca por ser uma opção que não traz restrições à idade dos telespectadores, pois não apresenta cenas de violência, nudez ou palavrões. Por ser tão adequado à família, poderia ser exibido em horário mais apropriado, pelo menos a partir das 21h30, para que pais e filhos pudessem assistir juntos. O programa já faz parte da história da rede Globo, que creio que deve continuar veiculando a série.

Em uma avaliação pessoal, julgo que os episódios no programa oscilam entre bons e ótimos, merecendo uma média 9, pois através de narrativas lineares, com uma linguagem simples, muito humor e  pitadas de ironia, o programa mantém altos índices de audiência há mais de dez anos. A grande família é, sem dúvida, uma das raras opções de diversão que uma família tem para compartilhar diante da TV aberta brasileira.